"Sei o que vão dizer: a burocracia, o trânsito, os salários, a polícia, as injustiças, a corrupção e o governo não nos deixam ser delicados. - E eu não sei? Mas de novo vos digo: sejamos delicados. E, se necessário for, cruelmente delicados." Afonso Romano de Sant'Anna

"... acordar a criatura humana dessa espécie de sonambulismo em que tantos se deixam arrastar. Mostrar-lhes a vida em profundidade. Sem pretensão filosófica ou de salvação - mas por uma contemplação poética afetuosa e participante." Cecília Meireles

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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Em 13 de maio, uma homenagem a Cristiane Sobral

"Nasceu no Rio de Janeiro, em 1974, e reside em Brasília desde 1990. Como escritora, possui poemas e contos publicada na Antologia Cadernos Negros, edições 23, 24, e 25. Graduada como atriz habilitada em Interpretação Teatral pela Universidade de Brasília, sendo a primeira negra a ganhar o título acadêmico.

Carioca, criada no bairro de Coqueiros, aos seis anos de idade montou um teatro no galinheiro da casa. Com 13 anos fez um curso de teatro no Senac. Aos 15 anos, veio com o irmão mais velho estudar em Brasília e montou um grupo de teatro na escola.

"Eu estudava numa escola pública e montei um grupo de teatro para nos ajudar a estudar e passar no vestibular", conta ela. A criatividade aliada aos estudos fez efeito, e, com apenas 16 anos, ela passou no vestibular de Artes Cênicas da Universidade de Brasília (UnB), em 1991. Cristiane se graduou em 1998 e foi a primeira negra a terminar o bacharelado no curso de Artes Cênicas da UnB.

A passagem de Cristiane pela UnB fez diferença. "Eu consegui levar para a Academia a discussão sobre a questão racial. Os professores, acostumados a trabalhar com a dramaturgia européia, não faziam menção a Abdias do Nascimento, Solano Trindade", conta. Cristiane passou então a pesquisar sobre a dramaturgia afro-brasileira. Ao final do curso, escreveu e montou o espetáculo Uma boneca no lixo, e depois o colocou em cartaz em Brasília. O espetáculo foi premiado pelo projeto Arte por toda Parte.

A vida profissional de um artista sempre tem suas dificuldades, ainda mais se ele é negro. Mas o empenho de Cristiane em fazer crescer a visibilidade do negro no teatro a fez chegar longe. Logo depois de formada, foi convidada para trabalhar na Assessoria Cultural da Embaixada da Angola, país que visitaria pouco tempo depois."

Retirado do blog da escritora:

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