"Sei o que vão dizer: a burocracia, o trânsito, os salários, a polícia, as injustiças, a corrupção e o governo não nos deixam ser delicados. - E eu não sei? Mas de novo vos digo: sejamos delicados. E, se necessário for, cruelmente delicados." Afonso Romano de Sant'Anna

"... acordar a criatura humana dessa espécie de sonambulismo em que tantos se deixam arrastar. Mostrar-lhes a vida em profundidade. Sem pretensão filosófica ou de salvação - mas por uma contemplação poética afetuosa e participante." Cecília Meireles

Pesquisar este blog

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Doação às vítimas das enchentes


Doe alimentos não perecíveis, água potável, material de higiene pessoal e limpeza, roupas, calçados, cobertores e roupas de cama e banho A Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Social (Cimos), órgão do Ministério Público de Minas Gerais, está recebendo doações para as vítimas das enchentes.
Faça sua doação na Rua Dias Adorno, 367, 1° andar, bairro Santo Agostinho, Belo Horizonte.
Período: 19/01 a 19/02/2011.



CHOVE. HÁ SILÊNCIO 

Chove. Há silêncio, porque a mesma chuva
Não faz ruído senão com sossego.
Chove. O céu dorme. Quando a alma é viúva
Do que não sabe, o sentimento é cego.
Chove. Meu ser (quem sou) renego...

Tão calma é a chuva que se solta no ar
(Nem parece de nuvens) que parece
Que não é chuva, mas um sussurrar
Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece.
Chove. Nada apetece...

Não paira vento, não há céu que eu sinta.
Chove longínqua e indistintamente,
Como uma coisa certa que nos minta,
Como um grande desejo que nos mente.
Chove. Nada em mim sente...


Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"

Nenhum comentário: