"Esse duplo autorretrato foi criado à época da separação de Frida Kahlo e Diego Rivera. À direita, a artista veste roupas tradicionais do México, representando a mulher que Rivera amava. Ela segura um retrato dele ainda criança e expõe o coração por inteiro. À esquerda, traja um vestido de casamento em estilo colonial; o coração está partido e goteja sange sobre a saia. Segundo a própria Frida, essa tela representa a 'dualidade' de sua personalidade.
"Sei o que vão dizer: a burocracia, o trânsito, os salários, a polícia, as injustiças, a corrupção e o governo não nos deixam ser delicados. - E eu não sei? Mas de novo vos digo: sejamos delicados. E, se necessário for, cruelmente delicados." Afonso Romano de Sant'Anna
"... acordar a criatura humana dessa espécie de sonambulismo em que tantos se deixam arrastar. Mostrar-lhes a vida em profundidade. Sem pretensão filosófica ou de salvação - mas por uma contemplação poética afetuosa e participante." Cecília Meireles
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sexta-feira, 4 de junho de 2010
Frida Kahlo
Frida Khalo nasceu em Coyoacán, México, três anos antes dos levantes que puseram fim à ditadura de Porfirio Díaz (Revolução Mexicana, 1910-1921). Educada na tradicional Escola Preparatória Nacional, integrou a elite intelectual e politicamente radical que defendia o resgate do passado pré-colombiano do México como instrumento de combate ao imperialismo cultural europeu.
Aos 18 anos, Frida se feriu gravemente num acidente de ônibus. Durante o período de recuperação, imobilizada pelo gesso, adotou a pintura como passatempo. Em vida, foi conhecida sobretudo como mulher do muralista mexicano Diego Rivera. (Durante a turbulenta relação, ambos tiveram aventuras extraconjugais; entre os casos de Frida encontra-se o revolucionário marxista Leon Trotski; entre os de Rivera, Cristina, irmã da própria pintora). Entretanto, a artista autodidata aos poucos foi conquistando seu espaço individual obtendo reconhecimento pela personalidade vibrante e pela escolha de temas pouco ortodoxos, que agradaram especialmente aos surrealistas.
Numa produção total de quase 150 pinturas, Frida descreveu a visão que tinha da vida como uma série de embates dialéticos entre o pessoal e o político. Seu repertório visual de símbolos ecléticos bebia nas mais diversas fontes: a tradição artística europeia, os movimentos de vanguarda, a arte folclórica mexicana, além de sistemas de crença tão díspares quanto o catolicismo romano, a cultura asteca, a filosofia europeia e o comunismo (do qual Rivera também era partidário).
Entre 1926 e 1954, Frida buscou inspiração nas experiências mais íntimas, muitas vezes dolorosas. Os inúmeros autorretratos desse período evidenciam seu fascínio pela identidade e pelas máscaras, e as paisagens mortas podem ser interpretadas como manifestações visuais do orgulho nacional. A primeira exposição individual foi realizada tardiamente, um ano antes da morte da artista, no México. Desde então, a inabalável honestidade com que Frida investigava e reinventava a si mesma tem servido de inspiração para diversas personalidades criativas."
REFERÊNCIA:
FARTHING, Stephen (Editor Geral). 501 Grandes Artistas. Rio de Janeiro: Sextante, 2008, p. 416-417.
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